11:00h | Vivência/oficina Vozes de Mestres | Trocas de experiências de improviso
14:30h | Conversas à “Mesa Redonda”
Vozes de Mestres e o corpo intuitivo e epistêmico: a universidade de mãos dadas com a vida – experiências
17h30 | Concerto “Vozes de Mestres” (Improviso, Viola Campaniça, Cante Alentejano, Poesia Popular, Décimas, Repente Brasileiro, Violão, Viola Repentista)
14:30h | Conversas à “Mesa Redonda”
Vozes de Mestres e o corpo intuitivo e epistêmico: a universidade de mãos dadas com a vida – experiências
Vozes de Mestres e o corpo intuitivo/epistêmico: a universidade de mãos dadas com a vida – troca de experiências entre Brasil [Ceará, Minas Gerais] e Portugal [Minho, Açores, Madeira e Alentejo].
A proposta deste diálogo é abrir linhas de pensamento que aproximem o saber-fazer dos cantadores, poetas e tocadores do improviso da cultura popular – as Vozes de Mestres e Mestras – ao saber fazer acadêmico da Universidade.
Convidados
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- Pedro Mestre: Artista, tocador e construtor de viola campaniça, é um dos criadores do projeto Cante nas Escolas é um dos fundadores do Centro de Valorização, além de gestor cultural que realiza encontros para a valorização da cultura tradicional alentejana.
- Paulo Lima – Antropólogo (ISCTE-IUL).
- Geovana Jardim: Idealizadora do Vozes de Mestres, é Mestre em Estudos Africanos (ISCTE-IUL), Doutoranda em História e Filosofia da Ciência, Museologia | UÉvora (IHC).
- Déa Trancoso: Mestre em Estudos Rurais pela Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri/UFVJM e doutoranda em Educação pela Universidade Estadual de Campinas/UNICAMP.
- Guilherme Nobre: Repentista, profissional da cultura popular, graduando em Letras pela Universidade Estadual do Ceará.
Referência teórica
“Normatizar as sensibilidades divinatórias do corpo é um fetiche que varou os séculos. É um cabresto que mantém a produção do conhecimento presa a padrões epistemológicos que negam o conhecimento mágico antigo e apagam as sabenças “sensocomunizantes” das mestranças populares.
A hipótese das ciências pós-paradigmáticas é a de que esses corpos sabedores dos mestres da cultura popular ao redor do mundo são “atos de resistência” cujas vozes forjam, acumulam e guardam um repertório específico, dando visibilidade a um mundo invisível, potencializando o coletivo, potencializando a rua e potencializando o coletivo na rua.
O desejo das ciências pós-paradigmáticas é que a Universidade salte sobre o caixão cartesiano e liberte a encantaria porque os duros tempos subumanos exigem que a ciência ilumine sua face divinatória.
A utopia das ciências pós-paradigmáticas é que pesquisadores queiram, antes de tudo, contribuir para que esses saberes silenciados historicamente ultrapassem o quintal das casas dos mestres e mestras, fazendo suas sofisticadas cosmovisões alcançarem, de fato, as agendas contra-hegemônicas, ajudando a construir teorias capazes abrir caminhos entre os mundos.
Quem sabe, observando as belezas, as ciências e as políticas dos outros mundos, possamos restituir os sentidos, as delicadezas e a éticas do nosso”.
[Trecho de “O mastro é o centro do mundo: a cosmologia de João do Lino Mar, Capitão de Catopês de N. Sra. do Rosário de Bocaiúva, MG”, dissertação de Mestrado em Estudos Rurais, de Déa Trancoso, pela Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri/UFVJM, Brasil, 2018]
17h30 | Concerto “Vozes de Mestres” (Improviso, Viola Campaniça, Cante Alentejano, Poesia Popular, Décimas, Repente Brasileiro, Violão, Viola Repentista)
Brasil
Guilherme Nobre é poeta, repentista, compositor, cordelista e palestrante. Iniciou sua carreira aos 14 anos de idade, tendo como parceria os principais nomes da cantoria nordestina, como Geraldo Amâncio, Moacir Laurentino, Antonio Jocélio e muitos outros. Ministrou palestras sobre cantoria na Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira, Centro Cultural do Ceará, Escola de Ensino Profissional Eusébio de Queiroz e de mais de 20 escolas onde já conduziu oficinas de literatura de cordel. Conduziu formações de professores para o uso do cordel em sala de aula. Recentemente ministrou aulas sobre poesia popular em 3 Escolas de Ensino Médio do Estado do Ceará. É autor de mais de 10 obras em cordel, gravou 4 CDs e 3 DVDs. Além de profissional da cultura popular, é graduando em letras pela Universidade Estadual do Ceará.
Déa Trancoso é do Vale do Jequitinhonha, um território brasileiro cujos povos inventam pequenas frestas de luz para poder respirar livremente. Essa liberdade deságua na imensa cultura popular, improvisando tempos e espaços outros na grande arte que é viver. Então, na trajetória de Déa, arte, liberdade e improviso norteiam o canto, a composição e a pesquisa. O improviso, neste caso, é um fundamento artístico.
Trovadoras Itinerantes, com a participação de Sami Tarik, trazem uma mescla de ritmos, cantos, performance e poesia, inspirada na riqueza da cultura nordestina brasileira é o que apresenta o concerto “Baião de três” com canções de tradição oral e músicas autorais das Trovadoras Itinerantes Josy Correia e Luciana Costa, e do músico Sami Tarik. Três nordestinos misturados ao tempero transcultural da música brasileira nos mais diversos gêneros, com o sabor especial de sua região natal. O público pode esperar por uma festa de sonoridades para não deixar ninguém parado, com doses generosas do coco de roda e de embolada e da literatura de cordel!
Portugal
Pedro Mestre é natural da Aldeia da Sete (Castro Verde) tem dedicado a sua vida à música tradicional alentejana, desenvolvendo vários projetos nesta área enquanto músico, compositor, cantor, tocador/construtor de viola Campaniça, instrumento que aprendeu a tocar com os Mestres, Manuel Bento e Francisco António. A par da música, dedica-se à recolha etnográfica, possuindo já um considerável acervo audiovisual, onde a cultura imaterial ganha destaque. Pertence a várias associações culturais. É coordenador do Centro de Valorização da Viola Campaniça e do Cante de Improviso.
José Diogo Bento nasceu em Beja, reside em Panoias – concelho de Ourique, é músico profissional, é cantador alentejano, é ensaiador de grupos corais e é formador de cante alentejano. Ao longo do seu percurso artístico, já integrou vários projetos musicais com destaque para a participação no Grupo Coral de Ourique; Vozes das Terras Brancas, de Casével, onde acumulou a função de ensaiador; Campaniça Trio; Cantadores do Sul, Pequenos Camponeses do Sul e ensaiador do Grupo Coral Feminino «As Amigas de Panoias» Entre 2016 e 2017 foi formador de Cante Alentejano na Escola de Música Tradicional, em Odemira, atividade que também iniciou, em 2016, em Beja, no Centro Escolar Santiago Maior, e que mantém ativa até aos dias de hoje, burilando as vozes e os gostos de muitos alunos da instituição.
Luís Baldão é natural da Freguesia de Santana da Serra, Ourique. É matilheiro e dedica-se aos ofícios do campo. A tradição do cante ao baldão está na sua vida desde a infância, por influência do seu avô, José Herculano. Luis Baldão participa de encontros que visam valorizar e manter esta tradição. Em 2020, a dupla Pedro Mestre e Luís Baldão participou do concurso “Cantares ao Desafio” promovido pela RTP. Em 2021, Luís Baldão participou de vários espetáculos culturais com o artista Pedro Mestre, cumprindo sua missão de levar a tradição do Baixo Alentejo para outras regiões do país. Com o apoio do CVVCCI – Centro de Valorização da Viola Campaniça e do Cante de Improviso, Luís Baldão proporciona vários encontros de cantares ao desafio.
Carlos Loução é professor de viola campaniça em Amora (Seixal) e em São Martinho das Amoreiras. Uma “arte” que aprendeu com o “mestre dos mestres”: o falecido Manuel Bento. Dedica sua vida à música tradicional Alentejana. Carlos Loução participa de vários projetos criados com o objetivo de difundir, valorizar e manter as tradições musicais alentejanas, como por exemplo, as iniciativas desenvolvidas pelo Centro de Valorização da Viola Campaniça e do Cante de Improviso na aldeia de S. Martinho das Amoreiras, no interior do concelho de Odemira.
Nelson Conde Desde 2004 até ao presente desempenha, em várias escolas de Portugal continental e da ilha da Madeira, as funções de docente de Educação Musical no Ensino Básico. Desde 2018 dedica-se mais especificamente ao ensino da música tradicional alentejana, no Centro de Valorização da Viola Campaniça e do Cante de Improviso, projeto sediado em São Martinho das Amoreiras com coordenação de Pedro Mestre, onde lecionou atividades de cante alentejano e de viola campaniça, tanto em escolas básicas do concelho de Odemira como no próprio CVVCCI em regime de horário pós-laboral.
Manuel Graça é cantador a baldão e despique e também poeta popular.
Joaquim Loução é artesão, construtor de artesanato da região e violas Campaniças.
FICHA ARTÍSTICA E TÉCNICA
- Centro de Valorização da viola campaniça e do Cante de Improviso: Organização
- Voz Ancestral Associação: Realização Vozes de Mestres
- Pedro Mestre: Curadoria artística e Coordenação geral
- Geovana Jardim: Curadoria, comunicação e Idealização Vozes de Mestres
- Inês Sambas: Registo Audiovisual
- Daniella Paiva: Consultoria jurídica e produção Vozes de Mestres
- Apoios: DGartes | República Portuguesa | Direção Regional de Cultura do Alentejo
- Câmara Municipal de Odemira
- ADA Associação de Desenvolvimento de Amoreiras Gare
- Freguesia de São Martinho das Amoreiras
- Casa do Povo São Martinho das Amoreiras
- Freguesia de São Teotónio
Informações
934198092
Serviços
Onde dormir | Onde comer
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